Hakani

Esta página foi criada em 2019 e talvez contenha linguagem obsoleta.

‘Hakani’ e o caminho para o inferno Nesta entrevista, Stephen Corry, diretor da Survival, explica porque se opõe a Hakani.

Você se opõe ao filme Hakani. Porquê?

Stephen Corry: É uma encenação. Junta filmagens de muitos povos indígenas diferentes e usa truques de fotografia para fazer valer os seus argumentos. Não foi filmado numa comunidade indígena, a terra cobrindo a cara das crianças é na verdade chocolate e os Índios que aparecem no filme foram pagos como atores. notextile.

Os autores do filme dizem que é uma reconstituição. Como você responde?

Stephen Corry: O filme é apresentado como sendo inteiramente real. O título de abertura da versão completa diz mesmo ‘uma história verdadeira’ e só no final o espectador fica sabendo que se trata de uma reconstituição. O trecho que se encontra no YouTube, que foi visto por um número muito maior de pessoas, nem sequer menciona isso. Se fosse exibido nos cinemas e na televisão, isso seria obrigatório. Se isso aconteceu como retratado é um caso muito isolado. Há décadas que trabalhamos na Amazônia, e nunca soubemos de nenhum povo indígena em que se diga aos pais que matem as crianças. Isso não acontece.

Então porque se opor a este filme se ele só tenta acabar com isso?

Stephen Corry: O filme e a mensagem que ele passa são prejudiciais. Concentram-se no que eles alegam acontecer rotineiramente em comunidades indígenas, mas não acontece. Promove sentimentos de ódio contra os Índios. Veja os comentários no site do YouTube, coisas como: ‘Então vamos aniquilar essas tribos. Elas fedem.” e ‘Esses amazônicos filhos da p---- que enterram criancinhas, matem todos’. Os autores do filme deviam se envergonhar de todo o mal que estão fazendo às pessoas que eles estão querendo ajudar.

O que é isso?

Stephen Corry: A lei Muwaji foca-se naquilo que chama ‘práticas tradicionais’ e estipula o que o Estado e os cidadãos devem fazer. Estipula que se alguém achar que existe um risco de prática tradicional danosa, tem que a relatar. Se não o fizer, corre o risco de ser preso. As autoridades têm que intervir e remover as crianças e/ou os pais. Tudo isso porque alguém, qualquer pessoa, um missionário, por exemplo, alega que existe algum risco. Isso é propaganda para apoiar a campanha evangélica para um principio muito perigoso, o chamado projeto de lei Muwaji que foi apresentado no Congresso Brasileiro. 

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